sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Assalto no Bandejão da UFF
O problema da segurança no campus universitário

ANEL exige mais investimentos numa expansão com qualidade! Mais verbas para a segurança nas universidades!

Nesta quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, por volta das 16 horas, um homem armado entrou no campus da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro, e assaltou a secretaria do Bandejão, levando cerca de 1,5 mil reais da venda de tickets. Este evento não surpreende mais os estudantes da UFF, e provavelmente a nenhum estudante de universidade pública no Brasil. Foi só mais um evento violento, que é recorrente nos campi. A violência é comum nos campi da UFF: assaltos a mão armada no campus, furtos a carros nos estacionamentos e mesmo nas salas de aula e corredores. Há tempos atrás, inclusive, verdadeiros saques foram perpetrados contra o patrimônio universitário, como no caso dos roubos de equipamentos didáticos da Faculdade de Educação da UFF.

Uma realidade de precarização nacional
Estes lamentáveis eventos são comuns aos estudantes, professores e funcionários de todas as universidades públicas do país. Não é um problema só da UFF. Os assaltos, furtos, e até estupros se alastram pelos campi: na UFPR, áreas sem iluminação do campus aumentam os perigos; na UFRJ até em sala de aula os estudantes e professores já foram assaltados a mão armada; na UFPA e na Rural do Rio os casos de estupros tiram a tranqüilidade das estudantes que transitam pelo campus.
Estes problemas têm culpados: as Reitorias e os governos. Primeiro, pela conivência, fruto da omissão neste assunto, pois no geral as instâncias governamentais não avançam em políticas para além de câmeras e muros nos campi, o que não resolve os problemas, como a realidade nos mostra (a UFF mesmo é murada e possui monitoramento por câmeras). Segundo, porque a (des)política de segurança é fruto dos sucessivos cortes de verbas na educação que sucateiam-na de conjunto, inclusive no quesito “segurança”: ao longo do tempo foram extintos e não-renovados por concurso os cargos de funcionários nesta área, e em outras; apostou-se na política de terceirizações, que não resolveram os problemas pois, além dos trabalhadores-seguranças terceirizados receberem salários muito baixos, trabalham em péssimas condições e sem a devida qualificação e segurança, ainda por cima a segurança no campus normalmente é voltada para o patrimônio, deixando de lado a segurança das pessoas que freqüentam o campus universitário.
E com a expansão precária que as universidades vivem agora, estes problemas tendem a se agravar, pois não há verbas suficientes para uma expansão com qualidade: a criação desenfreada de vagas não está acompanhada de investimentos que garantam a qualidade, como concursos suficientes de professores e funcionários, assistência estudantil, ampliação e modernização da infra-estrutura para todos. E também, claro, falta dinheiro para políticas de segurança!

A ANEL defende uma expansão com qualidade! Que inclua investimentos em segurança democrática!
Frente à esta realidade de precarização nas universidades, a ANEL defende um programa que garanta a segurança no campus universitário e, ao mesmo tempo, a integração da universidade com a sociedade. Não queremos uma universidade murada, entrincheirada contra o que a rodeia, pelo contrário, queremos que a população tenha acesso ao patrimônio do conhecimento produzido nas universidades, como bibliotecas, museus, cursos e projetos de extensão, e por aí vai. E que este acesso possa se dar com segurança!
Defendemos o fim da terceirização, com a incorporação dos quadros de trabalhadores existente hoje ao funcionalismo público; abertura de concurso público para ampliação dos quadros ligados à segurança; boas condições de trabalho, qualificação e valorização salarial; conselhos sobre segurança nos campi que integre no mínimo de forma paritária estudantes, professores, funcionários e membros da sociedade. E para garantir este projeto, integrado a uma expansão com qualidade das universidades, mais verbas para a educação!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Moção de Repúdio contra o método da agressão física no movimento estudantil.
Na madrugada do último dia 27 de novembro, durante a apuração das eleições do DCE USP, ocorreu um fato digno de repúdio por todo o movimento estudantil combativo. Carolina Peters, integrante da chapa Todas as Vozes, agrediu com um tapa no rosto uma militante do PSTU que compunha a chapa A USP que queremos. As entidades e organizações que assinam esta moção repudiam perante todos os estudantes o método da agressão física no movimento estudantil.

Que os militantes e ativistas do movimento não se agridam fisicamente é a condição mínima para que o debate de ideias seja, de fato, um debate de ideias. Portanto, se trata de uma luta democrática no interior do movimento. Por sua vez, essa concepção é condição para que o movimento seja reivindicado e respeitado pelo conjunto dos estudantes. Só assim haverá mobilizações e vitórias.

Chama atenção que o setor dirigente da chapa Todas as Vozes (MES) tenha sido conivente com tal agressão, na medida em que se recusou a retirar Carolina da apuração. Depois do tapa, foi a agredida quem teve de se retirar. Repudiamos, portanto, que organizações políticas que atuam no movimento tenham essa postura moral.

Chapa A USP quer queremos
ANEL
Juventude do PSTU
  • Envie email para anelivre@hotmail.com para incluir a assinatura de sua entidade