sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Assalto no Bandejão da UFF
O problema da segurança no campus universitário

ANEL exige mais investimentos numa expansão com qualidade! Mais verbas para a segurança nas universidades!

Nesta quinta-feira, 09 de dezembro de 2010, por volta das 16 horas, um homem armado entrou no campus da UFF, em Niterói, Rio de Janeiro, e assaltou a secretaria do Bandejão, levando cerca de 1,5 mil reais da venda de tickets. Este evento não surpreende mais os estudantes da UFF, e provavelmente a nenhum estudante de universidade pública no Brasil. Foi só mais um evento violento, que é recorrente nos campi. A violência é comum nos campi da UFF: assaltos a mão armada no campus, furtos a carros nos estacionamentos e mesmo nas salas de aula e corredores. Há tempos atrás, inclusive, verdadeiros saques foram perpetrados contra o patrimônio universitário, como no caso dos roubos de equipamentos didáticos da Faculdade de Educação da UFF.

Uma realidade de precarização nacional
Estes lamentáveis eventos são comuns aos estudantes, professores e funcionários de todas as universidades públicas do país. Não é um problema só da UFF. Os assaltos, furtos, e até estupros se alastram pelos campi: na UFPR, áreas sem iluminação do campus aumentam os perigos; na UFRJ até em sala de aula os estudantes e professores já foram assaltados a mão armada; na UFPA e na Rural do Rio os casos de estupros tiram a tranqüilidade das estudantes que transitam pelo campus.
Estes problemas têm culpados: as Reitorias e os governos. Primeiro, pela conivência, fruto da omissão neste assunto, pois no geral as instâncias governamentais não avançam em políticas para além de câmeras e muros nos campi, o que não resolve os problemas, como a realidade nos mostra (a UFF mesmo é murada e possui monitoramento por câmeras). Segundo, porque a (des)política de segurança é fruto dos sucessivos cortes de verbas na educação que sucateiam-na de conjunto, inclusive no quesito “segurança”: ao longo do tempo foram extintos e não-renovados por concurso os cargos de funcionários nesta área, e em outras; apostou-se na política de terceirizações, que não resolveram os problemas pois, além dos trabalhadores-seguranças terceirizados receberem salários muito baixos, trabalham em péssimas condições e sem a devida qualificação e segurança, ainda por cima a segurança no campus normalmente é voltada para o patrimônio, deixando de lado a segurança das pessoas que freqüentam o campus universitário.
E com a expansão precária que as universidades vivem agora, estes problemas tendem a se agravar, pois não há verbas suficientes para uma expansão com qualidade: a criação desenfreada de vagas não está acompanhada de investimentos que garantam a qualidade, como concursos suficientes de professores e funcionários, assistência estudantil, ampliação e modernização da infra-estrutura para todos. E também, claro, falta dinheiro para políticas de segurança!

A ANEL defende uma expansão com qualidade! Que inclua investimentos em segurança democrática!
Frente à esta realidade de precarização nas universidades, a ANEL defende um programa que garanta a segurança no campus universitário e, ao mesmo tempo, a integração da universidade com a sociedade. Não queremos uma universidade murada, entrincheirada contra o que a rodeia, pelo contrário, queremos que a população tenha acesso ao patrimônio do conhecimento produzido nas universidades, como bibliotecas, museus, cursos e projetos de extensão, e por aí vai. E que este acesso possa se dar com segurança!
Defendemos o fim da terceirização, com a incorporação dos quadros de trabalhadores existente hoje ao funcionalismo público; abertura de concurso público para ampliação dos quadros ligados à segurança; boas condições de trabalho, qualificação e valorização salarial; conselhos sobre segurança nos campi que integre no mínimo de forma paritária estudantes, professores, funcionários e membros da sociedade. E para garantir este projeto, integrado a uma expansão com qualidade das universidades, mais verbas para a educação!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Moção de Repúdio contra o método da agressão física no movimento estudantil.
Na madrugada do último dia 27 de novembro, durante a apuração das eleições do DCE USP, ocorreu um fato digno de repúdio por todo o movimento estudantil combativo. Carolina Peters, integrante da chapa Todas as Vozes, agrediu com um tapa no rosto uma militante do PSTU que compunha a chapa A USP que queremos. As entidades e organizações que assinam esta moção repudiam perante todos os estudantes o método da agressão física no movimento estudantil.

Que os militantes e ativistas do movimento não se agridam fisicamente é a condição mínima para que o debate de ideias seja, de fato, um debate de ideias. Portanto, se trata de uma luta democrática no interior do movimento. Por sua vez, essa concepção é condição para que o movimento seja reivindicado e respeitado pelo conjunto dos estudantes. Só assim haverá mobilizações e vitórias.

Chama atenção que o setor dirigente da chapa Todas as Vozes (MES) tenha sido conivente com tal agressão, na medida em que se recusou a retirar Carolina da apuração. Depois do tapa, foi a agredida quem teve de se retirar. Repudiamos, portanto, que organizações políticas que atuam no movimento tenham essa postura moral.

Chapa A USP quer queremos
ANEL
Juventude do PSTU
  • Envie email para anelivre@hotmail.com para incluir a assinatura de sua entidade

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nota da CSP-Conlutas

O Rio de Janeiro é sacudido pela violência por culpa do governo.
Ataques generalizados comprovam a falência da política de segurança do governo Sérgio Cabral.

Mal terminaram as eleições os trabalhadores e o povo sofre ainda mais. Logo após o final da contagem dos votos os preços dos alimentos dispararam. Também subiram as tarifas. Ao mesmo tempo o governo mantém o arrocho salarial e pretende atacar os direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Contudo para os trabalhadores fluminenses e cariocas o sofrimento é maior. Além do arrocho salarial e redução dos direitos, estes trabalhadores estão impedidos de sair às ruas sem colocar em risco sua vida.
Durante a campanha eleitoral Sérgio Cabral, candidato à reeleição, afirmava que sua política de segurança reduziria a violência nas comunidades mais pobres da cidade e do Estado. A vedete desta política era a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Porém a partir deste 21 de novembro a falsa propaganda eleitoreira foi desmascarada. Ficou claro, com um saldo de dezenas de mortes, que as UPPs são insuficientes para garantir segurança pública. Ao instalar uma UPP em uma comunidade carente, sem garantir emprego, salário, saúde, educação e moradia para os seus moradores a situação ali só piora. As incursões só têm como objetivo a criminalização da pobreza. A presença de blindados da Marinha e do Exército demonstra que Cabral e Lula só estão interessados em aumentar o pânico nas comunidades e acelerar as operações de remoções que já vinham ocorrendo. Não passa nem perto de um verdadeiro combate ao comércio ilegal de drogas.
Para um combate efetivo ao comércio ilegal de drogas e a corrupção o governo Sérgio Cabral teria que aumentar os investimentos para capacitar a polícia para perseguir e prender os financiadores das drogas e armas que chegam as áreas mais pobres. Estas drogas e armas não são produzidas nas comunidades, a grande maioria delas é importada. Passam pelas fronteiras, atravessam o país e a cidade até serem vendidas e consumidas. Os verdadeiros traficantes não são tocados. São empresários e banqueiros que financiam a violência para aumentar seus lucros. São responsáveis pelo sofisticado armamento e pela presença de drogas no Rio de Janeiro. Uma política conseqüente teria que começar pela descriminalização de todas as drogas, acompanhada de um tratamento médico aos viciados. Para de fato acabar com o tráfico ilegal é necessário a prisão e confisco dos bens daqueles que patrocinam este comércio, dos corruptos e corruptores. Mas isso não basta. Precisamos de uma polícia que reflita as necessidades da maioria dos trabalhadores e do povo. Para isso são necessárias a desmilitarização da polícia, sua unificação e democracia interna.
Por isso a CSP-Conlutas RJ defende a suspensão imediata de todas as incursões militares contra as comunidades. Estas operações só servem para aprofundar os assassinatos da juventude pobre e negra. Seu principal objetivo não passa de uma limpeza étnica para preparar a cidade para as olimpíadas e a copa. Convocamos todas as entidades e movimentos, a partir da nossa mobilização, para exigir do governo Lula e Cabral uma verdadeira política de segurança pública de qualidade para todos os trabalhadores e o povo. Devemos exigir a descriminalização das drogas; tratamento médico e assistência social para os viciados e seus familiares; desmilitarização da polícia e sua unificação; eleição pelas comunidades dos delegados; prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores; prisão e confisco dos bens para todos que financiam o comércio de drogas e o tráfico de armas; fim das remoções e da criminalização da pobreza. Para garantir segurança pública os governos devem garantir direitos como empregos, salários, saúde, educação, moradia e terra para o conjunto dos trabalhadores e do povo de nossa cidade, do Estado e do país.                                                        

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


Semana de Lutas!

CSP-Conlutas e ANEL Convocam:
 
25 de Novembro: DIA INTERNACIONAL DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!
A data do 25 de Novembro foi estabelecida no Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe realizado em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem às irmãs Mirabal
• Las Mariposas, como eram conhecidas as irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa – foram brutalmente assassinadas pelo ditador Trujillo em 25 de novembro de 1960 na República Dominicana. Neste dia, as três irmãs regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam presos. Elas foram detidas na estrada e foram assassinadas por agentes do governo militar. A ditadura tirânica simulou um acidente.
Minerva e Maria Teresa foram presas por diversas vezes no período de 1949 a 1960. Minerva usava o codinome “Mariposa” no exercício de sua militância política clandestina.
Este horroroso assassinato produziu o rechaço geral da comunidade nacional e internacional em relação ao governo dominicano, e acelerou a queda do ditador Rafael Leônidas Trujillo.
Em nosso país a violência contra a mulher é constante. Uma em cada cinco brasileiras declara espontaneamente já ter sofrido algum tipo de violência por parte de um homem. A cada 15 segundos uma mulher é espancada por um homem no Brasil, num total de cerca de 2 milhões por ano.
Essa violência atinge todas as mulheres, todas as etnias, mas é mais nítida nas mulheres trabalhadoras e jovens, especialmente as negras. No Rio de Janeiro, em pesquisa o “Dossiê Mulher 2010” mostra que as mulheres pretas e pardas (negras, na categoria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso, aquele em que há intenção de matar (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%). As brancas só eram maioria nos crimes de ameaça (50,2%).
Ainda segundo o Dossiê, em 2008, 20.216 mulheres sofreram ameaças, e, em 2009, esse mesmo índice saltou para 24.310. Em se tratando de lesão corporal, o ano de 2008 registrou 26.876 casos no Rio. Já em 2009, foram 30.103 casos. Os dados indicam também que o Rio é o terceiro estado com o maior número de agressões à mulher em todo o País, chegando a 25.274 casos somente em 2009 – antes estão o Estado de São Paulo, com 47.107 casos, e a Bahia, com 32.358. E somente 2% dos agressores são punidos.
Esses dados mostram que a Lei Maria da Penha não tem sido eficaz. tem inúmeras falhas e são necessárias a construção de Casas abrigo e de passagem, atendimento jurídico e psicológico às vítimas de violência, rápida e efetiva proteção a todas as mulheres que denunciam seus agressores.
Precisamos também de creches, salários e empregos dignos!
POR MIM, POR NÓS E PELAS OUTRAS: NÃO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
CONVIDAMOS TODAS E TODAS PARA DENUNCIAR E EXIGIR UMA VIDA DIGNA PARA AS MULHERES A ESTAREM:
Dia 25 de Novembro de 2010, Ato Público Pela Não-Violência à Mulher - 15h na Central do Brasil
18h na Faculdade Nacional de Direito, sala 408
TOTAL SOLIDARIEDADE ÀS MULHERES HAITIANAS!
NÃO À PUNIÇÃO DE SAKINEH ASHTIANI!
MULHERES EM LUTA POR AUTONOMIA, IGUALDADE E DIREITOS!

domingo, 21 de novembro de 2010

 Conheça a Cartilha do Boicote ao ENADE.


A Campanha de Boicote ao ENADE foi organizada aqui no Rio pelas seguintes entidades e coletivos: ANEL, ANDES-SN, DCE-UFRJ, DCE-UFRuralRJ, Chapa "Quem Vem Com Tudo Não Cansa" DCE-UNIRIO, Conselho de CAs da UFRJ e Coletivos Não Vou Me Adaptar, Vamos à Luta e Barricadas Abrem Caminhos.
Comissão Executiva Rio de Janeiro
Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre!
anelivre.blogspot.com
anelrj.blogspot.com
Jornada da Unidade ganha força no Boicote ao ENADE no Rio de Janeiro!

A ANEL, junto com a esquerda da UNE, organizou hoje 4 pontos no Rio de Janeiro de incentivo aos estudantes para boicotar o ENADE. Distribuímos Cartilhas e explicamos a importância do nosso protesto. Foi uma atividade muito vitoriosa, que contou com a adesão de vários estudantes na medida que compreenderam a importância do Boicote para a defesa de uma educação pública e de qualidade. Revindicando uma Avaliação de Verdade, os estudantes denunciaram a Reforma Universitária e a lógica privatizante e punitiva do ENADE e seu sistema de avaliação (SINAES).

A Campanha de Boicote ao ENADE foi organizada aqui no Rio pelas seguintes entidades e coletivos: ANEL, ANDES-SN, DCE-UFRJ, DCE-UFRuralRJ, Chapa "Quem Vem Com Tudo Não Cansa" DCE-UNIRIO, Conselho de CAs da UFRJ e Coletivos Não Vou Me Adaptar, Vamos à Luta e Barricadas Abrem Caminhos.

Notícias que saíram na mídia:

http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/alunos-panfletam-e-protestam-contra-o-enade-em-escola-do-rio-de-janeiro-20101121.html

http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/11/21/estudantes-protestam-contra-enade-2010-923067852.asp

Comissão Executiva Rio de Janeiro
Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre!
anelivre.blogspot.com
anelrj.blogspot.com
anelrj@hotmail.com

sábado, 20 de novembro de 2010

ANEL no MTV Debate.
Na última terça-feira, dia 16/11, a Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre! esteve presente no programa MTV Debate, cujo o tema foi: "O ENEM tem que Acabar?" . Foram abordados temas como a falsa mobilidade que o novo ENEM supostamente provocaria, o fim do vestibular, além é claro do último vexame da confusão com o cartão resposta.
Além disso a ANEL aproveitou o espaço para mais uma vez interpelar a UNE, que no meio de toda essa confusão se coloca no triste papel de ouvidoria do MEC, e defender as bandeiras do movimento estudantil como:
- 10% do PIB para a Educação;
- Livre acesso para todos e o fim do vestibular, dentre outros.


Veja a participação da ANEL no programa e deixe seu comentário.

Assista Aqui!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


No Rio de Janeiro, ANEL participa de protesto contra o ENEM
Estudantes fazem protesto contra o ENEM.


Com irreverência e narizes de palhaço, cerca de 300 estudantes protestaram hoje no centro do Rio. O ato é mais uma das manifestações organizadas por alunos que se sentiram prejudicados com toda a confusão que envolve a prova.

A ANEL marcou presença, levando o debate da necessidade do livre acesso à universidade pública e questionando a postura - mais uma vez - apática da UNE. A velha entidade controlada pelo governo é a favor do novo ENEM e, neste momento, está mais preocupada em salvar o falido projeto do governo que em defender os estudantes. Como era de se esperar, não se viu sequer uma bandeira da UNE no ato.

"Apenas começamos. A ANEL vai estar presente em todas as manifestações pelo país, dando força a esse movimento que começou na internet. Também faremos um twittaço no próximo dia 16, lutando pelo ensino de qualidade também através das redes sociais e dos novos meios da atualidade", declarou Julio Anselmo - da Comissão Executiva Estadual da ANEL.

Lula, não adianta mais tentar,
o novo ENEM tem que acabar!
ANEL vai pra MTV no dia 16 denunciar esse projeto e questionar a UNE...

  
No último final de semana, os 3,5 milhões de jovens que fizeram as provas do ENEM foram surpreendidos por mais uma crise: os gabaritos errados em 7 mil provas. A Justiça Federal suspendeu o ENEM alegando que ele prejudicou alguns estudantes, devido aos erros dos gabaritos. O MEC está recorrendo a essa decisão, para não aprofundar a desmoralização que sofre com esse projeto desde o ano passado, com o roubo da prova. Agora os 3,5 milhões de estudantes que fizeram a prova não sabem o que será de seu futuro.

Desde a criação desse projeto, a ANEL vem questionando sua existência, pois esse projeto aprofunda as desigualdades existentes no vestibular tradicional, afinal se antes essas desigualdades já eram estabelecidas entre aqueles que podem pagar um cursinho e aqueles que não podem, agora a desigualdade se estende para as diferenças regionais.

No final de 2009, os 4 milhões de inscritos foram surpreendidos pelo roubo da prova, revelando, assim, além de um projeto excludente, muita incompetência para sua aplicação. Esta incompetência se manifestou também com a divulgação de dados dos estudantes que estavam inscritos para a prova de 2009.

No período de matrícula dos estudantes aprovados em 2009 nas Universidades Federais, mais uma vez ficou revelado como o novo ENEM não serve para a democratização do acesso. A aposta feita na mobilidade estudantil, que em tese permitiria aos estudantes mais alternativas de desfrutar os cursos oferecidos pelo conjunto das universidades Brasil afora se mostrou uma farsa. No próprio documento do governo de apresentação do projeto do novo ENEM, reconhece-se que apenas 0,4% dos calouros das universidades não pertenciam ao seu estado de origem. O projeto do novo ENEM atribuiu isso à forma descentralizada de seleção. O movimento estudantil atribuiu isso historicamente à não garantia de acesso e permanência no conjunto das universidades brasileiras, falta de acesso à moradia, bolsas, alimentação, etc. A comprovação de que essa prova unificada não reverteria o problema foi na quantidade de vagas ociosas no início do ano, com cursos, como o Direito da Universidade Federal dos Pampas, com até 82% de ociosidade, isso em um país em que apenas 4% dos jovens estudam nas universidades públicas.

Essa combinação de problemas foi coroada pela divulgação das notas do ENEM que demonstrou que esse projeto facilitou a vida apenas para quem pode pagar para estudar, afinal dentre os 10% dos colégios mais bem colocados (1.793), apenas 8% são públicos. O primeiro colégio público sem seleção no país aparece na 729ª posição geral.

Entre a prova de 2009 e a prova de 2010, havia um grande questionamento e desmoralização sobre esse projeto. A prova de 2010 seria a segunda chance do governo. Mas, mais uma vez prevaleceu a incompetência e quem está pagando são os 3,5 milhões de estudantes que sofrem a angústia sobre o seu futuro.

Exigimos o Fim do Vestibular! Novo ENEM não é a Solução! 10% do PIB para a Educação Já!

A juventude brasileira não merece isso. O Brasil é um país muito rico, cheio de recursos que permitem que toda a juventude possa ter acesso ao ensino superior, não fosse a distribuição desigual desses recursos. Hoje, apenas 4% do PIB do país é investido em Educação. Em contrapartida, 36% do orçamento da União executado em 2009 foi destinado para pagar os juros e amortizações da dívida pública. Os projetos de expansão das universidades propostos pelo governo permitem um ritmo de expansão que colocaria 30% dos jovens no ensino superior só em 2069, ou seja, daqui a 59 anos, uma meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação (2001) para 2010.

A Constituição de 1988 prevê em seu artigo 205 que a Educação é um direito de todos e um dever do Estado, assim os recursos do país deveriam estar voltados para garantia do acesso e permanência ao ensino superior a todos os jovens.

A luta pelo fim do vestibular está relacionada com a garantia desse princípio constitucional que nunca foi respeitado em nosso país. As poucas vagas oferecidas nas Universidades públicas só estão disponíveis para aqueles que podem pagar escolas e cursinhos caros e as vagas das universidades privadas são acessíveis para quem pode pagar mensalidade.

Com o dinheiro que o governo deixou de receber com a isenção de impostos do PROUNI investido nas universidades públicas, seria possível triplicar o número de vagas nessas universidades e assim, a satisfação desses jovens seria muito maior, pois teriam acesso a um ensino, pesquisa e extensão de muito mais qualidade e públicos. Também não concordamos com a expansão através do REUNI, pois esta expansão coloca em contradição expansão e qualidade, algo que não deveria existir em um país repleto de recursos como o nosso.

Acreditamos que o livre acesso ao ensino superior é o que acaba com esse filtro social que se configurou o vestibular, que coloca as universidades públicas em um horizonte muito distante aos jovens que não tem condições de pagar para estudar. Aos jovens que entram nessa disputa, o vestibular impõe uma relação completamente equivocada com o conhecimento.

Qualquer que seja a saída adotada pelo MEC diante dos erros na aplicação da prova é incapaz de salvar a credibilidade do ENEM. Com esses erros, nem a perversa lógica meritocrática defendida pelo projeto foi atendida. Neste momento, uma entidade estudantil deve estar ao lado dos estudantes, organizando as manifestações do dia 15 de novembro que estão sendo divulgados pelas redes sociais. Nós da ANEL estaremos nesses atos denunciando o caráter desse projeto e lutando pelo fim do vestibular.

De que lado a UNE Samba?

Infelizmente, a UNE e a UBES estão, mais uma vez, se comportando como um órgão governamental, como uma ouvidoria do Ministério da Educação para defender esse projeto que vai contra os interesses estudantis. É lamentável que uma entidade estudantil construída no seio de tantas lutas tenha hoje se tornado um departamento do MEC e que nos momentos críticos como esse que passam 3,5 milhões de jovens, esteja se articulando para defender o indefensável, o projeto falido do governo.

Também é lamentável ver a postura do MEC em tentar perseguir e reprimir os estudantes que estão articulando a organização dos atos do dia. A UNE diz questionar esse “clima de perseguição”, mas o que o MEC fez é muito pior, em lugar de utilizar seu twitter para orientar os estudantes, utilizou para reprimir e ameaçar, tratando os estudantes que foram prejudicados com o erro da prova como os culpados, dizendo que eles “dançaram”. Um tremendo absurdo sobre o qual temos que expressar nossa indignação.

No dia 16 de novembro, a ANEL estará no Debate MTV discutindo a seguinte questão: o ENEM tem que acabar? Estaremos lá denunciando o caráter excludente desse projeto, apresentando a luta pelo fim do vestibular e denunciando a postura absurda da UNE e da UBES.

TODOS AOS ATOS DO DIA 15 DE NOVEMBRO EM TODO O BRASIL!

NÃO AO NOVO ENEM!
- REVOGAÇÃO IMEDIATA DO NOVO ENEM E DO SISU!

10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO!

POR UMA EXPANSÃO COM QUALIDADE!

LIVRE ACESSO A TODOS! PELO FIM DO VESTIBULAR!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010



Programação do Campus PV - UFRJ

Dia- 09 /terça-feira
Mesa: 100 anos da Revolta da Chibata
» Julio Condaque
Executiva CSP- Conlutas e Quilombo Raça e Classe
»Jussara Assis
Assistente social e mestre em Serviço Social pela PUC RJ
Local: Espaço DCE
Horário; 18h
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Dia 10 /quarta-feira
Oficina de tranças africanas
Local: Enfrente ao anexo do Serviço Social
Horário: 17h
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Dia 11/quinta-feira
Apresentação de roda de capoeira
Local: Espaço da Juquinhada ( ao lado do sujinho)
Horário: 17:30
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Dia 18/ quinta-feira
Juquinhada temática com afro-axé e roda de samba

domingo, 7 de novembro de 2010

Viva a jornada da unidade!
Rumo ao 1° Congresso da ANEL!

A Educação hoje.
 
Apesar das promessas e das grandes propagandas eleitorais, os estudantes se deparam, no seu cotidiano, com inúmeros problemas. De fato, não são poucos. Há problemas de infra-estrutura, faltam professores, falta assistência estudantil, falta uma real democratização da universidade e por aí vai.

Eleição DCE UFRJ, somente com a Unidade foi possível derrotar o Governismo.
Exemplo a ser seguido.

E de norte a sul do país, vemos semelhanças incríveis na situação das universidades e escolas. Seja na UFRJ, USP ou UFPA esses problemas são os mesmos. Não nos parece que isso seja uma mera coincidência. Quando olhamos pra política educacional implementada no Brasil, enxergamos os verdadeiros motivos de tantas dificuldades para termos uma educação de qualidade. Por exemplo, a porcentagem do PIB investido em educação é muito pequeno, apenas 4%. O governo federal segue fazendo cortes no orçamento do MEC. Além disso, acaba de lançar um conjunto de decretos e medidas provisórias que libera as universidades, ainda mais, para a busca por recursos privados. Ou seja, aprofunda-se a privatização gradativa da universidade e tira a responsabilidade do Estado de investir em educação.

Jornada da Unidade
Para nós, é um dever do movimento estudantil a luta para garantir uma educação pública, gratuita e de qualidade. Precisamos ter a disposição de lutar e conquistar cada pauta, do bebedouro sem água até a falta de verbas, para assim avançarmos no projeto de educação que propomos. Somos aqueles estudantes que sem medo da ousadia queremos transformar a universidade, a educação e a sociedade como um todo. E para aqueles que sonham em mudar a realidade, os desafios, do próximo período, serão muitos.



Ato Durante o Seminário em Uberlândia.
Grande vitória do Conjunto da Esquerda Lutadora.
 Diante de todos esses desafios, demos um passo muito importante a partir do Seminário de Uberlândia, realizado nos dias 9, 10 e 11 de outubro. Reunindo estudantes da ANEL e da esquerda da UNE, saímos de lá com um calendário de atividades em conjunto entre todos os setores.
Esta jornada da unidade é de grande importância para conseguirmos tocar nossas lutas cotidianas com força ainda maior. Esse processo de unidade da esquerda, em cada escola e universidade, é um passo maior também para que possamos voltar a encantar os estudantes para a luta.
E com a clareza de quem luta, foi muito importante o ato unificado em defesa do ANDES-SN, e será importantíssimo que todos os setores participem da construção do Boicote ao ENADE e do Novembro da consciência negra. É um dever nosso que os lutadores estejam juntos nesses processos.

1º Congresso da ANEL
Hoje, na França, vemos o poder das mobilizações estudantis. Mais uma vez, os estudantes junto com os trabalhadores roubam a cena na sociedade francesa e protagonizam mais um episódio na história daquele país. Essas lutas se deram por conta de um ataque, do governo Sarkozy, que aumenta a idade mínima de aposentadoria. Mais uma política dos grandes empresários e governos para jogar a crise nas costas dos trabalhadores e juventude.

Ato em solidariedade ao Povo Francês e Contra as Reformas de Sarkozy.

No Brasil, Dilma já prometeu ataques a previdência social e o déficit do orçamento do Estado brasileiro só aumenta. E a educação? Sabemos que seguirão os ataques, como corte no orçamento e nenhum aumento em relação ao PIB. Precisaremos lutar muito para que possamos ter alguma conquista e para isso precisaremos de uma entidade nacional a serviço disso.
A UNE, infelizmente, passou para o lado do governo. Não tem mais nenhuma relação com a demanda dos estudantes, virou, de fato, apenas mais um cabo eleitoral do governo. Mas nós não ficamos parados. Construímos a ANEL com o propósito de nos organizarmos em uma entidade nacional independente do governo, democrática e com a ousadia da luta. Ano que vem terá o Congresso da ANEL, vamos reunir milhares de estudantes para discutirmos a situação da educação e do Brasil, hoje, para assim podermos lutar por nossas bandeiras. É muito necessário que nos organizemos e, assim como a juventude francesa, possamos ser protagonistas das transformações na história do Brasil.
Sendo assim, fazemos um chamado a todos os estudantes, inclusive a Esquerda da UNE, para que participem do congresso da ANEL. Já está demonstrado que só por fora da UNE conseguiremos nos organizar para a luta e, como a nossa própria atuação demonstra, o congresso da ANEL estará a serviço de organizar as lutas do movimento estudantil brasileiro, em busca da educação e do Brasil que queremos!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010


Nas eleições de DCEs, CAs e grêmios, votar nas chapas da ANEL é fortalecer o movimento estudantil livre!

O ano já está perto do fim, mas pra ANEL no Rio de Janeiro teremos ainda importantes desafios! Estamos intervindo diretamente em mais de 20 eleições nesse final de período, entre DCEs, Centros Acadêmicos e Grêmios do estado do Rio. As entidades estudantis têm uma enorme importância, sejam gerais ou de base. Servem para organizar as lutas e reivindicações dos estudantes, promover atividades culturais, participar de instâncias representativas do curso/escola, representar os alunos em fóruns estaduais e nacionais, como as assembléias da ANEL, e várias outras funções importantes.
Entre as eleições que a ANEL-RJ está intervindo, uma das mais importantes é do DCE da Rural. A última gestão, que fazia parte da ANEL, reconstruiu o DCE, organizando diversas atividades, oficinas, debates, e o mais importante: fortalecendo a luta por uma universidade pública e de qualidade, coisa que com a implementação do REUNI tem sido difícil de garantir... Os ataques do governo são cada vez maiores, e a expansão sem aumento significativo de verbas tem gerado vários problemas, como a lotação dos alojamentos que já não suportam a demanda. Os estudantes lutaram por reformas estruturais, melhorias no transporte, um campus novo para a galera de Nova Iguaçu, mais vagas no alojamento e ampliação da assistência estudantil, solução da falta de professores e um grande etc... Algumas vitórias foram possíveis, mas a luta segue sendo grande! Recentemente, o DCE organizou a mesma campanha feita pelo DCE da UFRJ: “Da Rural que temos à Rural que queremos!”, que deu nome à chapa. A eleição é chapa única, o que demonstra o enorme enfraquecimento da UNE na universidade, que antes dirigia o DCE já com muito desgaste e agora, sequer tem forças pra organizar uma chapa! Convidamos todos os estudantes livres a se somarem em nossa campanha, ajudando a passar nas salas e panfletar nossos materiais, e juntos construirmos nessa eleição “A Rural que Queremos!”, ganhando mais um DCE pra construção da ANEL.
Além dessa eleição, na UFRJ cinco importantes Centros Acadêmicos estão em processo eleitoral, e a ANEL está participando de todos! São os CAs de Serviço Social (já antigo construtor da ANEL, que rompeu com a UNE em 2005), de História, de Direito, de Pedagogia e de Administração. Na UERJ, mais uma série de eleições de CAs que a ANEL está participando, como de Filosofia, Direito, Serviço Social, História, Geografia, Educação Física... Na UFF, as eleições do CA de Letras, de Direito e do DA de Serviço Social serão muito importantes nesse fim de ano.
Entre os secundaristas, o bicho tá pegando no CPII! O governo está tentando aprovar um Projeto de Lei que precariza bastante o tradicional colégio Pedro II. Pretendem incluir cursos superiores e abrir espaço pra iniciativa privada. Nesse sentido, as eleições no CPII Tijuca e Centro servirão pra fortalecer essa luta. Além disso, o tradicional grêmio da Escola Técnica Ferreira Vianna está em eleição também, além do CAp UERJ. A galera do GT Secundarista da ANEL-RJ está intervindo nessas e em outras eleições.
A ANEL está pautando em todas as chapas que participa a realização da Jornada da Unidade, com intervenção nos dias de combate às opressões, no boicote ao ENADE e na organização de grandes calouradas unificadas. Esse calendário de lutas foi aprovado no Seminário de Uberlândia, que contou com a participação de quase 500 estudantes, organizados na ANEL e na esquerda da UNE. Além disso, pautaremos com muito peso a participação dos estudantes e suas entidades no I Congresso da ANEL! Será um momento importantíssimo de já apresentar ao conjunto dos estudantes o Congresso, organizar os debates e a tiragem de delegados e ano que vem, partir pra Salvador e fortalecer ainda mais o movimento estudantil livre!


Boicote ao ENADE

A ANEL-RJ, o DCE Mário Prata, o Conselho de CAs da UFRJ e o ANDES convidam todas as entidades estudantis do Rio de Janeiro, em especial os DCEs da UFF, UniRio e Rural, a participar de uma reunião estadual de discussão política e preparação da intervenção no Boicote ao ENADE, que será dia 21/novembro. Essa data tem uma grande importância, já que foi aprovada como parte da Jornada da Unidade no Seminário de Uberlândia e é uma luta fundamental para aqueles que seguem em defesa de uma educação pública, gratuita e de qualidade. O ENADE, como parte do pacotão da Reforma Universitária, instaura uma competição entre as universidades fazendo um ranqueamento e privilegiando as que tiram melhores notas. Além disso, serve como um fiscalizador das universidades se estão em dia com a aplicação das medidas da Reforma, passando longe de avaliar a qualidade do ensino, a estrutura, a assistência estudantil... Por isso, BOICOTAMOS O ENADE e lutamos por uma avaliação de verdade!

Já estamos organizando uma Cartilha de Boicote ao ENADE e convocamos todos os interessados a participar de um Debate no auditório da Escola de Serviço Social da UFRJ, dia 11/11 (quinta) às 18h.

Venha organizar o Boicote ao ENADE e a
Jornada da Unidade no Rio de Janeiro!

COMITÊ ESTADUAL DE BOICOTE AO ENADE
DIA 13 - SÁBADO - 14H
SEDE do DCE MÁRIO PRATA
Campus da Praia Vermelha - UFRJ
Convocam esta atividade: ANEL-RJ, DCE Mário Prata, Conselho de CAs da UFRJ e ANDES.


Dúvidas, entre em contato: anelrj@hotmail.com ou dcemarioprata@gmail.com


Nota da ANEL-RJ em apoio a luta pela retomada do Canecão pela UFRJ

Uma batalha histórica.
Depois de décadas de uma intensa batalha jurídica, o espaço do Canecão finalmente retorna para a UFRJ. Essa história é antiga. Em 1992, a reitoria entregou o imóvel para a iniciativa privada, recebendo, assim, um aluguel mensal ao longo de 5 anos. Quando o prazo expirou, entretanto, a empresa não saiu do local, mesmo tendo sido notificada pela justiça. Desde então, ocorre uma briga judicial entre a UFRJ e esta empresa.
O papel da iniciativa privada.
É um absurdo o que as empresas fazem com os espaços culturais da nossa cidade. Na educação, nos deparamos com vários problemas referentes a privatização. Na cultura não é diferente. Como em qualquer outra empresa, o que move a utilização destes espaços não são os interesses da sociedade como democratização do acesso a cultura, arte e lazer, mas, sim, o que dá mais lucro. Deste modo, os preços exorbitantes, a arbitrariedade na seleção dos artistas e a própria gestão do espaço, atendem a essa lógica. Por outro lado, o governo federal destina uma irrisória parte do orçamento do Estado para cultura. Mesmo o Lula tendo prometido 1% do orçamento do Estado para cultura, o Ministério da Cultura recebeu apenas 0,2%. Um verdadeiro descaso com o financiamento público da cultura e artes em geral. É um dever do Estado, investir e fomentar a cultura, para que toda a população tenha acesso a esse bem tão precioso.

O Canecão que queremos: público, gratuito e democrático.

A impressionante vitória impulsionada pelo DCE-Mário Prata, CA’s e ADUFRJ, nos coloca uma oportunidade única de gestão deste espaço. Podemos, através dessas entidades, pressionar a reitoria para que o Canecão atenda as necessidades culturais e artísticas dos estudantes, trabalhadores e artistas. Porém, com uma lógica bastante diferente. Precisamos de um espaço cultural gratuito e democrático que garanta cultura para toda a população. Para isso, não podemos nos deixar levar pelas empresas. O Canecão só atenderá nossas demandas se permanecer público, com uma gestão democrática. Nesse sentido, não deixaremos que a reitoria entregue este espaço, mais uma vez, para a iniciativa privada ou que decida arbitrariamente o que fazer. Entraremos na briga para defender O Canecão que queremos.

Um espaço para Ensino, Pesquisa e Extensão.

Outra tarefa que temos pela frente é garantir que este espaço seja também utilizado para fins acadêmicos. Há uma demanda por parte de alguns cursos da UFRJ que sofrem com a falta de infra-estrutura. Por exemplo, o curso de direção teatral que não tem nenhum espaço adequado para desempenhar uma boa graduação. Podemos propiciar um ganho para a comunidade acadêmica se este espaço for incorporado, além de tudo, como espaço acadêmico. Além disso, poderíamos habilitar atividades de extensão que tanto faltam em nossa universidade. Este elemento do tripé, que fundamenta a universidade (Ensino, pesquisa e extensão), pode propiciar uma maior interação da universidade com os movimentos sociais e populares. Assim podemos fazer com que a universidade rompa seus próprios muros.

E o Plano diretor?

O carro-chefe da política da reitoria de implementação do REUNI, na UFRJ, é o Plano Diretor 2020. Na verdade, a razão de ser deste plano é a necessidade da reitoria de realizar uma adequação física da universidade para o cumprimento das metas do REUNI, que visa aumentar o número de vagas sem aumentar o número de verbas.
A única coisa que este plano diretor prevê, para a Praia vermelha, é a ida para o Fundão e que este espaço deixe de cumprir um papel de campus universitário. Ao contrário do governo e da reitoria, consideramos que para uma verdadeira expansão da universidade temos que ter verbas para utilizar e revitalizar todos os espaços da universidade e não transformá-los em estacionamento, hotel e centro de convenções (“já que não há nenhum na zona sul...”), como é a proposta da reitoria para a Praia vermelha.
Nesse sentido, com a retomada do Canecão pela UFRJ ficam mais perguntas no ar: Iremos pro fundão? E o Canecão? A Praia vermelha, agora, terá investimentos, ou se manterá a proposta absurda da reitoria de nos mandar para o fundão sem a mínima infra-estrutura? Por que não investir na PV e no Canecão, pela revitalização deste campus com a construção de bandejões, reforma dos prédios e das bibliotecas, para assim podermos expandir com qualidade?

Mas saibam todos, que os estudantes, junto com os professores da ADUFRJ, não deixarão de lutar por uma universidade pública, gratuita e de qualidade que garanta um livre acesso a cultura. E tenham certeza que a ANEL sempre estará presente nesta batalha
ANEL RJ prepara JORNADA da UNIDADE no Estado e convida DCE e CA's a construirem conjuntamente as iniciativas unitárias do Seminário de Uberlândia

CERJ – ANEL convida DCE Mário Prata e
CAs da UFRJ a organizar a Jornada da Unidade!
Nos dias 9, 10 e 11 de novembro foi realizado o Seminário de Uberlândia. Contando com a participação de quase 500 estudantes de todo o Brasil e reunindo aqueles que se organizam na ANEL e na esquerda da UNE, o Seminário foi muito importante para reativar a unidade nas lutas. Seu principal encaminhamento foi a Jornada da Unidade, um calendário de lutas e atividades que todos os estudantes e grupos organizados presentes se comprometeram a levar adiante. O primeiro desafio já foi um sucesso! Organizamos diversos ônibus para estar presentes em Brasília, no dia 21 de outubro, em defesa da liberdade sindical do ANDES-SN. Agora, temos próximos passos importantes a dar: organizar a campanha de Boicote ao ENADE e os dias de Combate às Opressões (dia da consciência negra e contra a violência à mulher).
1 – Organizar a Campanha Nacional de Boicote ao ENADE!
A CERJ – ANEL se reuniu no dia 23 de setembro e dentro dos seus encaminhamentos, aprovou um incentivo a que o DCE Mário Prata – UFRJ organizasse, junto às entidades estudantis do Rio de Janeiro e de todo o país, a Campanha de Boicote ao ENADE. O DCE ficou responsável, nos encaminhamentos do Seminário de Uberlândia, em organizar essa Campanha, junto com os DCEs da UFC e da Unicamp.
Acreditamos que essa campanha tem uma importância muito grande, já que o ENADE se trata de uma Avaliação que não tem nada a ver com as reais demandas da educação pública brasileira. Promove um ranqueamento das instituições, favorecendo as que tiram uma melhor nota. Como conseqüência disso, instaura uma grande competição entre as universidades e uma adaptação do currículo ao conteúdo do ENADE, além de ser um mecanismo fiscalizador se as instituições estão em dia com a aplicação da Reforma Universitária. Nesse sentindo, é muito importante construirmos uma forte Campanha Nacional de Boicote ao ENADE.
Esse ano, a prova será realizada no dia 21 de novembro e contará com a participação de 450 mil estudantes dos cursos de educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, serviço social, terapia ocupacional, entre outros. Para organizar nossa intervenção, propomos que o Conselho de CAs da UFRJ e o DCE Mário Prata construam uma Cartilha e um Adesivo e convoquem um Comitê Estadual de Boicote ao ENADE para qualificar nossa formação sobre o tema e organizar nossa intervenção. Além disso, panfletagens nos dias da prova, passagens em sala e debates aonde for possível. Propomos que a data do Comitê seja dia 13/11 e oferecemos a Sede Estadual da ANEL para a realização da reunião.
2 – Novembro da Consciência Negra
A partir da Secretaria de Negros e Mulheres do CASS-UFRJ, a ANEL está impulsionando em todo o Estado o Novembro da Consciência Negra, que terá uma série de atividades, entre debates e oficinas, para debatermos os 100 anos da Revolta da Chibata, o combate ao racismo, e a luta feminista contra a violência a mulher. Esses temas devem ser abraçados pelo Movimento Estudantil com muita força, já que vivemos numa sociedade que tem aumentado cada vez mais os casos de preconceito, inclusive dentro das universidades.
Propomos, portanto, que o DCE Mário Prata e o Conselho de CAs da UFRJ se incorporem na organização desse evento. Estamos confeccionando folder e cartaz de divulgação da programação, que ainda não está fechada, e por isso qualquer estudante ou CA que quiser organizar alguma atividade é só mandar pro e-mail anelrj@hotmail.com que até o final de semana podemos incluir nos materiais! Em breve a programação estará disponível no blog da ANEL.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010



ANEL convida: Novembro da Consciência Negra
 


A luta do povo negro por liberdade, justiça e igualdade, contra a discriminação racial tem um de seus marcos no 20 de Novembro, o Dia da Consciência Negra. Foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Passadas décadas, a luta do povo negro não acabou. Sabemos que os trabalhadores e trabalhadoras negras de nosso país são principais reféns da violência e repressão policial. Essa situação, segundo o IPEA, é fruto de uma imensa desigualdade econômico-social que se agrava com a discriminação racial sofrida pela população negra.


UPP não é a solução!


No Rio de Janeiro, a política de segurança do Governador Sérgio Cabral vem exterminando a população trabalhadora, pobre e negra das comunidades. A nível nacional, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, comemorada pelo governo federal petista, nada mais é do que um rebaixamento das bandeiras históricas do movimento negro. O Estatuto aprovado suprimiu pontos importantes como as cotas para negros nas universidades públicas; as cotas para mercado de trabalho, assim como a redução do percentual de 30% para 10% de cotas reservadas à participação de negros em partidos políticos. Além disso, retirou o ponto que tratava da regularização de terras para remanescentes de quilombos. A retirada deste tema não considera os quilombolas como proprietários de territórios historicamente ocupados, como forma de sobrevivência física e cultural desta população. Desde seu início o governo Lula mostra que seu governo não está a serviço da classe trabalhadora desse país, mas sim aos interesses dos grandes empresários que exploram brutalmente essa mesma classe. Um exemplo deixa essa escolha clara: foi acrescentado ao estatuto que o governo poderá dar algum incentivo fiscal a empresas com mais de 20 funcionários que decidirem contratar pelo menos 20% de negros.


A Carne mais barata do mercado
é a carne negra...”


O cenário econômico, político e social é desfavorável para a classe trabalhadora mundial. O aprofundamento da crise econômica, que chega ao seu 3o estágio – momento de corte de direitos conquistados através de muita mobilização dos trabalhadores – está exigindo dos estudantes e trabalhadores europeus, muita disposição para barrarem todos os ataques de governos neoliberais e organizações sindicais e estudantis cooptadas por estes governos, que traem suas bases. Aqui no Brasil, o governo federal agora na figura de Dilma, já prometeu uma nova reforma da previdência.

Respeitem meus Cabelos, Brancos!”

É sob esse cenário que a necessidade da união dos setores mais oprimidos da classe trabalhadora se faz urgente. A ANEL, desde sua fundação trava o debate da necessidade da incorporação pelo movimento estudantil, da bandeira contra toda a forma de opressão como parte cotidiana de suas lutas. Por isso em sua primeira atividade nacional aprovou sua incorporação na campanha solidária e classista promovida pela CSP- Conlutas: “Solidariedade ao Haiti”. Agora, a ANEL faz um chamado a todos os DCEs, CAs, Grêmios, coletivos a estarem organizando no Estado do Rio de Janeiro “O Novembro da Consciência Negra”, que terá como eixo central o “Centenário da Revolta da Chibata” que faz o resgate da insurreição acontecida em 1910 na Baía de Guanabara. Marinheiros, em sua grande maioria negra, se rebelaram contra os castigos físicos que sofriam nas embarcações.
A memória desta Revolta, no Dia da Consciência Negra, nos compromete com a luta dos negros e negras e com o fortalecimento cotidiano da classe trabalhadora frente a todas as ofensivas dos governos fascistas que exterminam dia-a-dia a população negra e pobre do nosso país!

Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais!”
Geografia UFF: começa a construção da "Geo que queremos" / ANEL ao lado das lutas!


Nesta semana, a partir do dia 06/10, começou a gestão 2010-2011 do Diretório Acadêmico do Curso de Geografia da UFF (o DACG-UFF), com a vitória e posse da chapa "A Geo que queremos", eleita com 158 votos em cinco dias de votação. Estudantes que constroem a ANEL fazem parte desta chapa, unitária com os companheiros da Oposição de Esquerda da UNE. Além disso, o próprio DACG-UFF já constrói a ANEL desde 2009, logo após o CNE.


"As lutas da Geografia-UFF"


A chapa chama-se "A Geo que queremos" para expressar as lutas dos estudantes do curso, que são muitas, reflexo da política do governo federal de expansão precária das universidades públicas. A Geo que queremos é um curso de qualidade e democrático, que tenha um currículo atualizado, qualidade no ensino, trabalhos de campo e política de estágios organizados, assistência estudantil, mais bolsas e professores, e muitas outras questões. A organização da chapa que tocará o D.A. agora surgiu da vitoriosa campanha pela gratuidade universal na UFF, que se expressou num Plebiscito onde a comunidade universitária disse SIM à gratuidade e não à privatização.


"Campanha da Geo que temos a Geo que queremos"

Para avançar na construção do D.A. e na organização dos estudantes, numa maior representatividade e para fazer valer a vontade de todos, o D.A. recém-eleito organizará, na semana 18 a 22 de outubro a campanha "Da Geo que temos a Geo que queremos", que percorrerá as salas de aula com cédulas e urna para que os estudantes expressem suas opiniões e vontades em relação a três eixos: o curso e formação profissional, universidade e estrutura, e organização do D.A.. A idéia é que a partir desta campanha o D.A. organize sua gestão entorno a todas as pautas que os estudantes coloquem, afinando-as com a campanha nacional em defesa da qualidade do ensino que construímos junto com a ANEL e Oposição de Esquerda da UNE.
Logo após a campanha, que tem sua primeira fase com as cédulas e urnas, acontecerá um Seminário da Gestão, dia 23/10, sábado, que servirá para debater a educação brasileira e organizar a gestão ao longo de um ano que temos a frente. Pra representar o início combativo da gestão, já estamos organizando uma campanha pela melhoria das águas e bebedouros do Instituto de Geociências, além da campanha pela volta das festas.


"Pela volta das festas, confraternização do D.A."

No dia 07/10, quinta-feira, no dia seguinte a primeira reunião de gestão do D.A., a da posse, "A Geo que queremos" organizou uma confraternização no hall do Instituto de Geociências para marcar o início da gestão e colocar a insatisfação dos estudantes com a proibição das festas no Instituto, que já dura mais de um ano. A nova gestão conseguiu liberar o espaço por uma hora, com a condição de não ter som. Foi pouco para o que queremos, pois o essencial das festas está proibido: não podemos festejar após as 22 horas, não pode ter som, e a venda de bebidas é muito dificultada. Porém, já marcamos a resistência com a confraternização, que teve cerveja a 1 real e juntou muitos estudantes no tempo em que durou. Queremos a volta definitiva das festas!


A ANEL está ao lado de todas estas lutas! Saudações estudantis!



CAMPANHA ESTADUAL ANEL RJ



ANEL RJ no Combate à Violência!

UPP não é a solução!

Queremos emprego, moradia e educação!





É impossível viver no Rio de Janeiro e não se relacionar com a terrível violência presente em nosso Estado. Seja através das armas da polícia, do tráfico ou da milícia, quem mais sofre é a população pobre e negra, moradora das favelas e periferias. Quando se trata da juventude, a situação é ainda mais perversa, sendo a principal vítima dos homicídios (47% dos casos) e da falta de perspectivas e oportunidades em sua vida futura. É por isso que nós, estudantes livres organizados na ANEL, decidimos impulsionar em todo o Estado do Rio de Janeiro uma campanha em combate à Violência. Através dela, queremos denunciar o papel das UPPs, que diferente do que diz nosso governador Sérgio Cabral não são a solução para o fim da violência e do tráfico. Exigimos melhorias estruturais para a população pobre, com investimento social em emprego, moradia, educação, saúde e cultura, e legalização das drogas tratando o usuário como um caso de saúde pública. Só assim é possível, realmente, dar um fim à violência e ao tráfico.



Pra combater a violência, UPP não é a solução!



Em tempos de eleição, a campanha do governador Sérgio Cabral tem como carro chefe a criação das UPPs – Unidades de Polícia Pacificadora. Inclusive a Dilma se utiliza disso para exemplificar como será sua política de segurança para o Brasil. Eles dizem que a PAZ chegou nas favelas, e que através deste projeto vão colocar um fim na violência e no tráfico. Nós, da ANEL, questionamos essa posição.

Em primeiro lugar, e mais evidente, as UPPs apenas transferem o tráfico e a violência de um lugar para o outro. Não é mera coincidência que esse projeto tenha ganhado tanto peso quando se começou a comemorar a conquista da Copa e das Olimpíadas para o Brasil. Há uma necessidade de “limpar” certas áreas, concentradas na Zona Sul e Tijuca. Localidades como Nova Iguaçu, Niterói, Baixada Fluminense, Teresópolis, tem ampliado o contingente de furtos, assaltos, tráfico de drogas e violência em geral.

Em segundo lugar, questionamos o próprio conteúdo da UPP. Trata-se de um projeto que pensa o combate à violência do ponto de vista invertido. Para nós, a solução não é trocar as armas do tráfico pelas da polícia. Além disso, as UPPs têm trazido às comunidades toque de recolher, revista (principalmente aos jovens e negros) na entrada e saída de casa. Por serem financiadas por grandes empresas imobiliárias, tem aumentado o custo de vida nas favelas, e assim por diante.



Os verdadeiros responsáveis por toda essa violência estão nas mansões e condomínios de luxo, e não nos barracos da favela.”



Consideramos que só dá pra acabar com a violência com responsabilidade, atacando a raiz do problema. Atualmente, há um profundo processo de criminalização da pobreza em nosso Estado. Isso ficou bastante claro com o Choque de Ordem e o Caveirão, do Cabral e do Eduardo Paes. Recentemente, uma manifestação de professores da rede estadual foi reprimida com balas de borracha e bombas de efeito moral, deixando trabalhadores feridos. A própria existência de uma Polícia Militar, que só existe no Brasil, no Chile e na Itália, fruto dos regimes ditatoriais, deixa claro o papel repressivo do Estado.

Além disso, o tráfico de armas e drogas, os dois mercados ilegais mais lucrativos no mundo, têm relação direta com o Estado e a polícia, que financiam sua produção e reprodução, e acobertam sua distribuição no “mercado”. A apreensão de drogas e armas pela polícia só faz aumentar ainda mais o lucro dos financiadores. Os verdadeiros responsáveis por toda essa violência estão nas mansões e condomínios de luxo, e não nos barracos da favela. É por tudo isso que o consumo de drogas deve ser encarado como um problema social e de saúde pública, e não como um crime. A humanidade existe há 6 mil anos, e sempre fez uso de substâncias que, hoje, são consideradas ilícitas. É dever do Estado descriminalizar as drogas e, assim, investir em mais e melhores clínicas especializadas de desintoxicação, campanhas de conscientização, pesquisa sobre seus efeitos, usos medicinais, entre outros.


Favela não é caso de polícia!



Defendemos, portanto, que os moradores das favelas sejam tratados com respeito e investimentos sociais. É preciso que haja emprego para que as famílias possam se sustentar. Que haja escolas, cursos técnicos e universidades de qualidade para a juventude ter direito ao futuro. Que haja cursos de arte, cinemas, teatros e jogos de futebol a preço popular, para que os homens e mulheres se desenvolvam socialmente. Que haja hospitais públicos de qualidade, para que a população não morra na fila esperando. Que seja realizada uma verdadeira Reforma Urbana, com garantia de moradias populares, contenção das encostas dos morros e um Plano de Obras Públicas de escoamento das águas das chuvas. É nesse sentido que a ANEL-RJ lança sua Campanha em Combate à Violência. Queremos organizar toda a juventude que sofre cotidianamente com isso e que não baixou a cabeça para que se incorpore também nessa luta!