sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nota da CSP-Conlutas

O Rio de Janeiro é sacudido pela violência por culpa do governo.
Ataques generalizados comprovam a falência da política de segurança do governo Sérgio Cabral.

Mal terminaram as eleições os trabalhadores e o povo sofre ainda mais. Logo após o final da contagem dos votos os preços dos alimentos dispararam. Também subiram as tarifas. Ao mesmo tempo o governo mantém o arrocho salarial e pretende atacar os direitos dos trabalhadores e dos aposentados. Contudo para os trabalhadores fluminenses e cariocas o sofrimento é maior. Além do arrocho salarial e redução dos direitos, estes trabalhadores estão impedidos de sair às ruas sem colocar em risco sua vida.
Durante a campanha eleitoral Sérgio Cabral, candidato à reeleição, afirmava que sua política de segurança reduziria a violência nas comunidades mais pobres da cidade e do Estado. A vedete desta política era a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Porém a partir deste 21 de novembro a falsa propaganda eleitoreira foi desmascarada. Ficou claro, com um saldo de dezenas de mortes, que as UPPs são insuficientes para garantir segurança pública. Ao instalar uma UPP em uma comunidade carente, sem garantir emprego, salário, saúde, educação e moradia para os seus moradores a situação ali só piora. As incursões só têm como objetivo a criminalização da pobreza. A presença de blindados da Marinha e do Exército demonstra que Cabral e Lula só estão interessados em aumentar o pânico nas comunidades e acelerar as operações de remoções que já vinham ocorrendo. Não passa nem perto de um verdadeiro combate ao comércio ilegal de drogas.
Para um combate efetivo ao comércio ilegal de drogas e a corrupção o governo Sérgio Cabral teria que aumentar os investimentos para capacitar a polícia para perseguir e prender os financiadores das drogas e armas que chegam as áreas mais pobres. Estas drogas e armas não são produzidas nas comunidades, a grande maioria delas é importada. Passam pelas fronteiras, atravessam o país e a cidade até serem vendidas e consumidas. Os verdadeiros traficantes não são tocados. São empresários e banqueiros que financiam a violência para aumentar seus lucros. São responsáveis pelo sofisticado armamento e pela presença de drogas no Rio de Janeiro. Uma política conseqüente teria que começar pela descriminalização de todas as drogas, acompanhada de um tratamento médico aos viciados. Para de fato acabar com o tráfico ilegal é necessário a prisão e confisco dos bens daqueles que patrocinam este comércio, dos corruptos e corruptores. Mas isso não basta. Precisamos de uma polícia que reflita as necessidades da maioria dos trabalhadores e do povo. Para isso são necessárias a desmilitarização da polícia, sua unificação e democracia interna.
Por isso a CSP-Conlutas RJ defende a suspensão imediata de todas as incursões militares contra as comunidades. Estas operações só servem para aprofundar os assassinatos da juventude pobre e negra. Seu principal objetivo não passa de uma limpeza étnica para preparar a cidade para as olimpíadas e a copa. Convocamos todas as entidades e movimentos, a partir da nossa mobilização, para exigir do governo Lula e Cabral uma verdadeira política de segurança pública de qualidade para todos os trabalhadores e o povo. Devemos exigir a descriminalização das drogas; tratamento médico e assistência social para os viciados e seus familiares; desmilitarização da polícia e sua unificação; eleição pelas comunidades dos delegados; prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores; prisão e confisco dos bens para todos que financiam o comércio de drogas e o tráfico de armas; fim das remoções e da criminalização da pobreza. Para garantir segurança pública os governos devem garantir direitos como empregos, salários, saúde, educação, moradia e terra para o conjunto dos trabalhadores e do povo de nossa cidade, do Estado e do país.                                                        

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